EXAME DE P.A.A.F
O exame de P.A.A.F (função aspirativa por agulha fina) é um procedimento relativamente simples, mas de grande utilidade para realizar diagnósticos em um tempo incrivelmente rápido. Consiste em uma espécie de biópsia, permitindo a retirada pequenos pedaços de tecidos de órgãos e tecidos, quer sejam eles superficiais, como tireoide, mama, pele e glândulas salivares, ou quer sejam mais profundos, a exemplo do pâncreas, fígado, pulmões e rins.
A retirada do tecido é feita por meio de uma agulha fina (daí o nome do exame), o que torna o exame de P.A.A.F uma técnica extremamente segura, sem necessidade de anestesia na maioria dos casos pode ser realizado em clínicas, ambulatórios e laboratórios, rápida e, principalmente, de baixo custo, o que permite que seja amplamente utilizada tanto na rede de saúde pública, quanto na rede privada.
Histórico
O primeiro registro de utilização da técnica bastante parecida com o exame de P.A.A.F, tanto em relação ao procedimento quanto em relação aos objetivos finais, data de 1847, quando o médico Kun utilizou agulha para a retirada de células de tumor a serem analisadas por microscópio. No entanto, e já no século XX, quando a técnica começou a ser amplamente utilizada, ele caiu em desuso, especialmente nas décadas de 40 e 50, pois agulhas de diâmetros muito grossos eram utilizadas, causando complicações nos pacientes.
Foi somente na década de 50, com os estudos realizados por um grupo de especialistas escandinavos, que a técnica passou a ser utilizada com rigor, evitando complicações e adotada como padrão na investigação de lesões cervicais.
Saiba mais
Por sua simplicidade, que não requer nenhum tipo de preparação prévia e dispensa anestesia, o exame de P.A.A.F. possui uma vasta gama de aplicações. Entre elas, podemos destacar:
- Investigação de nódulos e tumores em mama;
- Investigação de nódulos na tireoide;
- Investigação de tumores e enfisema em pulmões;
- Investigação de manchas e nódulos na pele.
Dito de uma maneira mais geral, o exame em questão pode ser utilizado em qualquer caso em que haja massa palpável ou visível, bem como em lesões e nódulos mais profundos, mas nestes casos o exame deve ser realizado com o auxílio de diagnóstico por imagem, como tomografia computadorizada, raios-x ou qualquer outro método que ajude a identificar com precisão o local a ser pulsado.
A análise do tecido coletado é feita mediante microscópio, geralmente com o emprego de métodos auxiliares, como imunocitoquímica, que consiste na utilização de anticorpos para identificação do tipo das células no tecido coletado; citometria de fluxo, uma análise das características químicas e físicas das células por meio da imersão em líquido de fluxo; análise citogênica convencional, isto é, análise de alterações nos cromossomos, dentre inúmeros outros métodos.
Por fim, cabe destacar que apesar de ser um exame simples, o P.A.A.F. apresenta algumas contraindicações, como em lesões de origem vascular, pacientes com pressão pulmonar alta e tumores de mama carotídeos. Mas o profissional que pede ou realiza o exame tem competência para a identificação dos fatores de risco.