Sentir o coração bater mais rápido do que o normal, pular batidas ou até bater de forma mais lenta pode causar preocupação imediata.
E com razão: alterações nos batimentos cardíacos podem estar relacionadas às chamadas arritmias cardíacas, condições que afetam o ritmo normal do coração e exigem atenção médica.
Neste artigo, vamos explicar quais são os sintomas de arritmia cardíaca, os tipos mais comuns, suas possíveis causas e os exames de hemodinâmica que ajudam a diagnosticar e tratar esse problema.
O que é uma arritmia cardíaca?
O coração saudável bate de forma rítmica e coordenada graças a impulsos elétricos que regulam sua contração.
Quando esse sistema de condução elétrica sofre alterações, o resultado é uma arritmia: o coração passa a bater rápido demais (taquicardia), lento demais (bradicardia) ou de forma irregular.
Nem toda arritmia representa um risco imediato, mas algumas podem indicar doenças cardíacas graves e aumentar o risco de complicações, como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) ou até parada cardíaca.
Sintomas da arritmia cardíaca: como identificar
Um dos principais desafios das arritmias é que, em alguns casos, elas podem ser silenciosas, ou seja, não provocar sintomas evidentes. No entanto, quando os sinais aparecem, é importante reconhecê-los.
Entre os sintomas de arritmia cardíaca, destacam-se:
- Palpitações (sensação de coração acelerado, pulando batidas ou batendo irregularmente);
- Tontura ou sensação de desmaio iminente;
- Fadiga excessiva sem causa aparente;
- Falta de ar;
- Dor ou pressão no peito;
- Desmaios (síncope).
Esses sintomas não devem ser ignorados. Mesmo que passem rapidamente, podem indicar um problema subjacente que precisa ser investigado.
Tipos de arritmia cardíaca
As arritmias podem ser classificadas de acordo com a frequência dos batimentos:
1. Taquicardia
É quando o coração bate mais rápido do que o normal, geralmente acima de 100 batimentos por minuto em repouso.
- Pode ter origem nos átrios (parte superior do coração), como na fibrilação atrial, ou nos ventrículos (parte inferior), como na taquicardia ventricular;
- Pode causar palpitações intensas, falta de ar e, em casos graves, risco de parada cardíaca.
2. Bradicardia
Ocorre quando o coração bate mais devagar do que o normal, abaixo de 60 batimentos por minuto em repouso.
- Pode provocar tontura, fadiga, dificuldade de concentração e até desmaios;
- Muitas vezes está associada a distúrbios no sistema elétrico do coração ou ao uso de certos medicamentos.
3. Arritmias supraventriculares e ventriculares
Além da frequência, também é importante diferenciar se a arritmia se origina nas câmaras superiores (átrios) ou inferiores (ventrículos). As arritmias ventriculares, em especial, costumam ser mais graves e requerem intervenção rápida.
Exames de Hemodinâmica: como é feito o diagnóstico das arritmias
O diagnóstico preciso para os sintomas de arritmia cardíaca exige tecnologia e experiência médica. É aí que entram os exames de Hemodinâmica, que permitem avaliar de forma detalhada a circulação sanguínea, as artérias coronárias e a atividade elétrica do coração.
Entre os principais exames utilizados estão:
Holter
O Holter é um monitor portátil que registra continuamente os batimentos cardíacos durante 24 horas ou mais. Ele permite detectar arritmias que não aparecem em exames de curta duração, oferecendo ao médico uma visão detalhada do ritmo cardíaco do paciente.
MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial)
O exame de MAPA avalia a pressão arterial ao longo de 24 horas, incluindo momentos de atividade e repouso. Com ele, é possível identificar picos hipertensivos, quedas de pressão e padrões que ajudam no diagnóstico e ajuste do tratamento adequado.
Ecocardiograma (ECO)
O ecocardiograma utiliza ultrassom para analisar em tempo real a estrutura e o funcionamento do coração. Ele permite observar válvulas, câmaras e fluxo sanguíneo, ajudando no diagnóstico de cardiopatias e no acompanhamento da evolução de diferentes condições cardíacas.
Eletrocardiograma (ECG)
O eletrocardiograma registra a atividade elétrica do coração em repouso por meio de eletrodos fixados no corpo. É um exame rápido, indolor e fundamental para identificar arritmias, alterações na condução elétrica e sinais iniciais de problemas cardíacos.
Teste Ergométrico
Conhecido como teste de esforço, o exame avalia a resposta do coração durante atividades físicas controladas em esteira ou bicicleta. Ele ajuda a detectar arritmias ou sinais de isquemia que aparecem apenas sob esforço, sendo essencial para a estratificação de risco.
Doppler de Carótidas e Vertebrais
O exame de Doppler avalia a circulação sanguínea nas artérias carótidas e vertebrais, responsáveis pelo fluxo para o cérebro. Ele identifica estreitamentos ou obstruções que aumentam o risco de acidente vascular cerebral, permitindo diagnóstico precoce e acompanhamento clínico adequado.
Ecocardiograma Fetal
O ecocardiograma fetal é realizado durante a gestação e analisa a formação e o funcionamento do coração do bebê ainda no útero. Ele permite diagnosticar malformações cardíacas precocemente, possibilitando planejamento adequado para o parto e o cuidado neonatal.
Ecocardiograma Infantil
Esse exame é direcionado para crianças e permite identificar doenças cardíacas congênitas ou adquiridas. O ecocardiograma infantil utiliza ultrassom seguro e não invasivo, fornecendo informações detalhadas sobre válvulas, fluxo e funcionamento cardíaco em pacientes pediátricos.
Cateterismo Cardíaco (CAT)
O cateterismo é um procedimento invasivo realizado em laboratório de hemodinâmica. Por meio de um cateter introduzido nos vasos sanguíneos, ele avalia as artérias coronárias e a função cardíaca, sendo considerado padrão-ouro no diagnóstico de doenças cardiovasculares.
Angioplastia (ANGIO)
A angioplastia é um procedimento terapêutico indicado para desobstruir artérias coronárias comprometidas. Utilizando balões e stents, o exame permite restabelecer o fluxo sanguíneo, reduzir sintomas como dor no peito e diminuir riscos de infarto em pacientes com doença coronariana.
Tratamentos disponíveis
O tratamento vai depender do tipo de arritmia, da gravidade dos sintomas e da condição geral do paciente. Entre as opções estão:
- Mudanças no estilo de vida: controle do estresse, alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e redução do consumo de álcool e cafeína.
- Medicamentos antiarrítmicos: ajudam a regular os batimentos.
- Cardioversão elétrica: procedimento que aplica choques elétricos controlados para restaurar o ritmo normal.
- Ablação por cateter: técnica realizada em laboratório de hemodinâmica para cauterizar o foco da arritmia.
- Marcapasso ou desfibrilador implantável: dispositivos que ajudam a controlar ou corrigir o ritmo do coração.
Quando procurar ajuda médica?
Se você já percebeu alterações nos seus batimentos cardíacos acompanhadas de palpitações, falta de ar, tontura ou desmaios, é fundamental procurar atendimento médico.
Quanto mais cedo a avaliação é feita, maiores as chances de controlar a arritmia e evitar complicações.
Além de pronto-socorro 24h, o Hospitalis conta com tecnologia de ponta em Hemodinâmica e Cardiologia, além de uma equipe experiente para diagnosticar e tratar arritmias com precisão e cuidado.
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